Entrevista: Aluno da 31ª turma do MBE, a pós-graduação em meio ambiente da COPPE/UFRJ, fala sobre o tema de seu TCC.
Jorge Cariuz é tecnólogo em Gestão Ambiental, trabalha na Fiocruz com resíduos extraordinários e é formando da 31ª turma do MBE/COPPE/UFRJ (www.mbcursos.coppe.ufrj.br). Além disso, mantém um blog sobre meio ambiente.
1-Por que você escolheu este tema para o seu futuro trabalho de Conclusão de Curso (TCC)?
O que me motivou foi o fato de já atuar na operacionalização do “Plano de Gerenciamento de Resíduos de Saúde”, do Instituto de Pesquisas Clínicas Evandro chagas/Fiocruz. Além disso, a questão dos resíduos de saúde é um problema complexo, que repercute diretamente sobre os profissionais de saúde e de meio ambiente.
2-Você está tendo dificuldade para selecionar material de pesquisa? Quais os autores de livros e/ou artigos (em papel ou digital) mais estão lhe ajudando?
Há certa dificuldade quanto à indisponibilidade de obras específicas para o tema em bibliotecas. As fontes mais comuns são as normativas, como resoluções da Anvisa, do Conama, ABNT… que são as que mais ajudam na elaboração de meu TCC.
No entanto, nos acervos do MBE/Coppe/UFRJ e da Fiocruz encontrei alguns livros de temas relaacionados que ajudaram bastante:
- Manual de Gerenciamento de Resíduos de Saúde-Fiocruz (Hamilton Coelho, 2000);
- Logística Reversa e Sustentabilidade (Hugo Ferreira Braga Tadeu, 2011);
- Redução de Resíduos Industriais: Como Produzir Mais com Menos (Luiz Carlos De Martini Junior, Marco Antônio Gaya de Figueiredo, Antonio Carlos Freitas Gusmão);
- Introdução à Engenharia Ambiental (Benedito Braga et al, 2002);
- Site: http://www.fiocruz.br/biossegurança
3- Em sua opinião, atualmente qual o fator mais crítico para o sucesso do Gerenciamento dos Resíduos de Saúde e quais são os riscos envolvidos neste tipo de resíduo?
Em minha opinião, os fatores mais críticos no gerenciamento dos resíduos de saúde são:
- Faz-se necessário que a segregação ocorra com responsabilidade e eficiência pelos profissionais envolvidos no manejo dos RSS. Os resíduos têm que ser separados adequadamente, diferenciando-se os contaminados dos não contaminados para evitar tratamento e destinação inadequada.
- Destinação adequada dos resíduos, realizada por empresas de coleta que, caso não haja uma fiscalização criteriosa, desviam o descarte em lixões inadequados.
- Falta de planejamento na aquisição de medicamentos, que acabam passando da data de validade e promovem grande quantidade de resíduo a ser descartado, o que aumenta o custo, a destinação adequada e o desperdício.
- Pouco investimento em programa de capacitação e treinamento para as equipes envolvidas no manejo do PGRSS visando o cumprimento técnico orientado pelas normas vigentes.
- Entre os riscos, os maiores são: riscos à saúde dos profissionais envolvidos no manejo, riscos à saúde pública e à contaminação do meio ambiente.
4- O que poderia ser feito para melhorar a eficácia desta atividade?
- Programa de capacitação para os profissionais de saúde para realização de cada etapa do PGRSS;
- Planejamento na aquisição de medicamentos e outros produtos, com implantação de projetos de logística reversa e reciclagem, já que isto promoveria a diminuição do volume de resíduos;
- Maior conscientização para a melhoria da qualidade ambiental.
5- Você já está conseguindo aplicar na prática os conhecimentos adquiridos ao longo da sua pós-graduação em meio ambiente (MBE/COPPE/UFRJ)?
O MBE COPPE/UFRJ permite que o aluno entre contato com variadas informações sobre a temática ambiental. Com formação em Gestão Ambiental, a pós foi uma grande oportunidade para ampliar meus conhecimentos e, imediatamente, aplicá-los em minhas práticas profissionais.
O programa é bem abrangente e os professores, muito qualificados, nos disponibilizam materiais muito interessantes e atualizados para estudo.